Las Viboras Cambian De Piel - México
Guns and Guts - USA
Armas e Coragem - Brasil
Produção: México 23 Maio de 1974
Diretor: René Cardona Jr.
História: Fernando Galiana
Música: Raúl Lavista
Fotografia: José Ortiz Ramos
Produção: Sidney T. Bruckner e René Cardona Jr.
Edição: Alfredo Rosas Priego
Locações: Desierto de los Leones, Estado de México, México
Co Produção: Estudios Churubusco Azteca S.A.
Jorge Rivero – Pistoleiro Profissional
Pedro Armendáriz Jr. - Marido Traído
Rogelio Guerra - Prisioneiro Fugitivo
Zulma Faiad - Amiga do Pistoleiro/Chiquita
Quintín Bulnes - Xerife
René Cardona - Monge
Chano Urueta - Frei Jose
Rebeca Silva - Prostituta
Letícia Robles - Prostituta
Diana Selga - Prostituta
Susana Polga - Prostituta
Gladys Vivas - Esposa do Xerife
Enrique Pontón - Jogador
Carlos Agostí - Xerife
Olivia Pasos, José Antonio Mena, Arturo Silva, Jaime Moreno, René Barrera, Guillermo Hernández, Jesús Gómez e Armando Acosta. Um filme mexicano que merecidamente deve fazer parte deste portal e quem achei interessante em conhecer, desfrutar e comentá-lo, pois achei que merece ser lembrado pela originalidade e o seu sucesso na época em que fora lançado.
Descobri esta obra a pouco tempo e fui procurar algo e não encontrei muita coisa na internet e isso me motiva a escrever muito sobre o assunto, para que outras pessoas passem a conhecê-lo melhor e curtam também e com certeza esse será mais um filme com muitas surpresas. “Armas e Coragem” possui uma fórmula surpreendentemente simplista, emocionalmente e intelectualmente banal do western europeu com grandes duelos, lutas, tiroteios com muita violência sangrenta, satisfatória mas com momentos de nudez sublime e super sensuais com um belo grupo de atrizes mexicanas.
Não podemos comparar aos Westerns Europeus e nem de perto ao americano mas choca pela violência, celebrações imperturbáveis de brutalidade e sentido emocional. Mostra-se neste filme exclusivamente somente a parte ruim e má em todos os sentidos.
Tenta-se capturar uma violência elegante que sempre culminará em sangue no resultado de seus tiroteios. Dois andarilhos com o mesmo motivo aparente, unem-se e cavalgam juntos à caminho da empoeirada cidade de Santa Fé na fronteira mexicana para desafiarem um xerife corrupto (o bom ator Quintin Bulnes) que vive protegido e recluso em um monasterio transformado em fortaleza junto com um exército de “ajudantes da lei” e sua esposa.
Viajando juntos em um gesto estético ao sub gênero bem ao estilo Espaghetti Western, eles logo aceitam um terceiro membro na sua jornada; um pistoleiro profissional (Jorge Rivero), que veste uma tradicional roupa preta, cuja rapidez pode ser comparada à sua paixão e mania por mulheres de bordel.
Um filósofo da carne, sempre poético com suas prostitutas que apesar das orgias e a violência a toda volta, possui humor. Um filme que evoca uma atmosfera de raiva, decadência e estagnação moral.
Atiradores com capacidade de matar à covardia.
Armendáriz contrata Jorge para matar uma pessoa. Rapidamente fazem o acordo, mas logo após, pede o dobro da recompensa, sabendo uma vez que para receber o adicional será pela morte de um xerife e não de um homem qualquer. A ganância pulsa dentro do pistoleiro que só se importa com o dinheiro assim como Joe. [Por um Punhado de Dólares], em algumas situações, jogando em ambos os lados.
Enquanto a trama bizarra do pistoleiro “Jorge” é fazer amizade com o xerife e infiltrar-se em sua fortaleza, a tensão se desenvolve cada vez mais. Seus amigos contratantes são traídos por ele, mas que ao explicar-se futuramente, faria parte do plano para mantê-los vivos e eliminar o xerife.
Filmado durante uma época artística e cultural, quando a maioria dos filmes de crime ainda estavam infestando os cinemas atraídos por uma geração inteira pelo mundo como no europeu, percebe-se um baixo custo no orçamento aproveitando-se bem da paisagem original mexicana de “Desierto de los Leones” onde foram as locações.
O bem contra o mal inflexível, na sombra do Espaghetti, um westerns sem heróis e só com vilões e aqui também têm-se um leve flash back de “O bom, o mau e o feio” de Leone. Um filme tão inteligente como turbulento, impenitentemente ousado na execução, e cinicamente implacável em sua representação de anjos sujos ou seres humanos da pior espécie.
É um western perverso, rude e indisciplinado, o seu entusiasmo ao assisti-lo é tentar superar as barbáries inimagináveis de história pesada e principlamente pela trama de traição e vingança envolvendo mulheres.
Filmado em uma paisagem poeticamente sombria que promove cenas de isolamento, amoralidade e decadência. Não só os edifícios das cidades, os campos são decrépitos, mas assim são também as pessoas que os habitam.
Este casamento entre forma e conteúdo, aparência e tema, é surpreendentemente ambicioso. A quantidade de personagens, atores e extras, também mostra o quanto deve ter sido o orçamento que até lembra algum dos filmes de Demofilo Fidani [Miles Deen] que tinha também esta dificuldade e driblava à todos como boas histórias.
Embora o ritmo deste conto acelerado de duelo “Armas e Coragem’, ocasionalmente, são, quebrados com belíssimas e generosas de nudez como no jogo de cartas entre o pistoleiro e mais três prostitutas de uma cidade, onde cada partida perdida, o perdedor tira uma peça de rouba até ficarem nus por completo.
A atriz Rebeca Silva, prostituta, ao despir-se no quarto para o andarilho, com muita sensualidade, também mostra porque arrastava multidões ao cinema.
A exuberante atriz e musa mexicana Zulma Faiad dá um show à parte em suas performances "sexys" como prostituta, ex amiga de aventuras do pistoleiro e a bela música conduzida por Raúl Lavista complementa toda a ação. A violência transborda através da tela. Jorge e seu amigo andarilho, procuram exclusivamente pelo sangue do xerife de Santa Fé. Um por ter sido preso injustamente por ele na prisão estadual e ter perdido tudo o que tinha e Jorge por ter perdido sua mulher para ele.
Ao final, o pistoleiro e o andarilho surpreendentemente saberão que o xerife na verdade é irmão de Jorge e que tirou-lhe a sua mulher à força. A morte vem com o terror doloroso e dispendioso, e seus cineastas também tratam paradoxalmente a violência de uma maneira também amorosa.
Os enquadramentos do diretor René Cardona Jr., a bela fotografia de José Ortiz Ramos e os efeitos especiais transforma o filme em uma arte de pintura.
Os personagens, os corpos caindo em câmera lenta sob o fogo de metralhadoras configuram criteriosamente em “Sam Peckinpah” e “Sergio Leone”, com bases na sensibilidade política que caracteriza filmes como “Run, Man, Run!”, “La Resa Dei Conti” e “Quien Sabe!”. “Guns and Guts”após toda a sua trajetória de vingança, traição e sangue, culmina em um final oferecendo um confronto apocalíptico inigualável.
Apesar da cópia anamórfica 2.35.1 em widescreen que exibe alguns chuviscos, não impede a boa exibição e a faixa Dolby Digital Mono, dublada em inglês e nos transfere a uma dimensão bem nostálgica do cinema.
O bem e o mal são apenas detalhes neste filme. Uma inegável sensação de solidão e desesperança prevalece, enfatizada por uma instintiva e por que não dizer, uma refinada direção e fotografia que, embora perceptivelmente inspiradora, capta o deserto emocional da paisagem em si como um reflexo em um espelho da alma desses homens.
Apesar de inesperado, você talvez não se surpreenda muito com o fim porque entenderá que todos mereceram aquele fim [Era Uma Vez no Oeste]e isso eu acho que foi a ideia original do escritor e diretor:
A lição e o castigo vem para todos. Uma bela e agradável produção mexicana que junto aos clássicos de Leone, sobreviverão ao tempo... mas às críticas, dificilmente positivas.
Esta foi a forma que encontrei de homenagear as produções mexicanas que também aventuraram-se no oeste e deixaram bons filmes para os fãs deste gênero. "Viva México!".
Links disponíveis na Web:
http://depositfiles.org/files/81os8cuob
495 Mb
Formato AVI - Xvid
Ripped VHS
Qualidade 320 x 240 pixels
Duração: 91 minutos
Áudio Espanhol
Sem legendas
Disponível também no youtube está versão em Espanhol.